quinta-feira, 27 de junho de 2013

TEATRO NO PAPEL

Segundo texto do Teatro no Papel, por Stella Bento


ENDURECER SEM PERDER A TERNURA OU FORMALIZAR SEM PERDER A DRAMATICIDADE


A Noite Árabe, na encenação de Alexandre Dill nos permite a fruição de um espetáculo denso e perturbador, que se estrutura como um jogo de múltiplas vozes que ora se opõem, ora se complementam buscando um lugar no tempo/espaço que é - simultaneamente - o apartamento do 7º andar e a epifania de cada um dos personagens. Essa sobreposição de objetivos foi traduzida pelo encenador com o uso da linguagem do vídeo paralela à linguagem do teatro. É reconfortante ver que a montagem não cai na armadilha de fazer um jogral acompanhado de partituras corporais, sob a justificativa de experimento de linguagem, nem descamba para o uso gratuito e burocrático da tecnologia, apenas para rotular a encenação como “pós alguma coisa”. A montagem do Grupo Jogo consegue manter-se no fio da navalha entre ser propositivamente tecnológica, ao mesmo tempo em que é teatral e apaixonada. Muito disso é mérito dos atores que se mostram entregues e inteiros no espetáculo. Numa composição muito difícil de estruturar-se, A Noite Árabe é dispersa e reflexiva, convidando-nos a jogar o jogo essência X aparência, ser X estar, sentir X ignorar, aceitar X fingir.  Por último, mas não menos importante, destaco a beleza e eficiência da trilha sonora.



  • Escreva sobre a cena teatral de Porto Alegre em, no máximo, 2.500 caracteres
  •  Envie seu texto para o email : cac@smc.prefpoa.com.br , e coloque no assunto TEATRO NO PAPEL (com o envio, você estará autorizando a publicação do mesmo na página do facebook e no Blog Mais Teatro)
  • Aguarde a equipe editorial realizar a postagem, e compartilhe com seus contatos !
Obs.: Os textos publicados não representarão a opinião da SMC, este será um canal de divulgação da opinião pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário